segunda-feira, agosto 31

Eu também vou falar da Xuxa

Ah, ridícula essa história toda.

Ridícula a reação da Xuxa. Ridículo neguinho criticar uma menina de 10 anos que comete um erro ortográfico. Ridículo a media toda estar falando nisso. Ridículo eu estar falando nisso.

Aliás, que despropósito criticarem tanto a "criação" que a Xuxa dá pra filha. Ué, e quem sabe que criação ela dá? Tudo que se vê são fotos aqui e acolá. A filha está na melhor escola que o dinheiro possa bancar, e deve ter um quarto fabuloso, e usa as melhores roupas, mas peraê, é assim tão diferente duma classe média paulista, pelo menos, já que não conheço a classe média de outros estados? Casais se esfalfam pra pagar escolas caras em SP, eu conheci casal de São Caetano que vivia contando os tostões pra poder pagar a anuidade do Graded pro filho... Acho muito engraçado o povo brasileiro, que paga festinha de buffet em 10 prestações e critica a Xuxa pela mega festa de um ano da filha.

Não estou aqui defendendo a Xuxa, acho que ela já devia ter se aposentado à muito tempo, mas quem sou eu pra dizer? Mas também tem gente muito pior na TV brasileira. Neguinho deixa o filho assistir Chaves ou Chapolin, que tem tudo o de pior que pode ser mostrado à uma criança, e reclama dos 5 patinhos da Xuxa.

Acho que as críticas que a sociedade brasileira faz à Xuxa diz mais sobre nós, enquanto sociedade, do que sobre ela em si. Ela tem grana, gasta como quer, ponto final. Quem diz que é aviltante ela ostentar tanto num país de tantos miseráveis, deveria é cobrar atitude política do governo, e não de um artista de TV.

Enquanto isso, nos EUA, a Lola, filha da Madonna, só sai de casa com jeans de 2 mil dólares, e aos 12 anos já tem coleção de bolsas Chanel. E ninguém taca pedra, afinal, a grana é da Madonna e se ela quiser queimar nota de 100 doletas em praça pública é problema dela, certo?

Engraçado como o Twitter é viciante para alguns. Eu vejo gente se despinguelando de twittar, e na minha twitada semanal eu penso: who the f... cares about what I am doing. Nem sei porque twito, pra dizer a verdade.

Acabei de achar mais uma razão pra ir pro psicólogo.

Twitar ou não twitar, eis a questão...

quinta-feira, agosto 27

Compradora de araque


É assim que eu estou me sentindo, uma compradora de araque.

Na semana de 7 de setembro terei a semana de folga, por causa da tal redução de jornada. Como eu estava sem tempo pra planejar nada, e também desconfiava que na última hora íam cancelar minha semaninha off, não reservei nada, o plano era de procurar uma "last minute" simplezinha, afinal se tantos aproveitam essas ofertas, porque não eu?

Mas eu, a compradora de araque, não estou conseguindo encontrar nenhum site com pacotinhos legais. Algumas agências, tipo a Jiba e a Vaya, só tem "last minutes" pra novembro, como pode, que last minute é esse, last minute de holandês? Na D-Reizen tem pouquíssimas opções e todas elas tem o polegarzinho pra baixo no tripadvisor.

Quem souber de algum site com ofertinhas bacanas, favor deixar uma diquinha. E needless to say, eu quero ir molhar minha bunda na praia, claro. Mas o desespero é tanto que estou até aceitando uma sugestões alternativas. Tô querendo convencer Bart a irmos passar uns diazinhos na Disneyland Paris, vamos ver...


terça-feira, agosto 25

Coxinhas Coxinhas Coxinhas


Sonhei sábado que o homem das pamonhas passava na minha rua de Brasília verde e ao invés de gritar "Pamonhas, pamonhas, pamonhas… Pamonhas de Píííí-racicaba", ele gritava "Coxinhas, coxinhas, coxinhas".

Tive que ir pro fogão. Tirei do baú a receita da minha Tia-Lála, já multiplicada pela família e amigos afora.

Na minha família somos metidos a expert em coxinhas, porque detemos a sabedoria da Coxinha da tia Lála. O recheio tem que ser fresco, bem temperado e molhadinho. A massa, feita com batatas e de uma forma diferente, não pode ser muito fina - senão a casquinha fica encharcada ou desgruda da massa, e a casquinha tem que coroar tudo com muita crocância.

Comprei um quilo de peitos de frango desossados e limpei ultra bem. Comprei um quilo de batatas cremosas ( aqui na Holanda Kruimig, no Brasil pediria batatas para gnocci ) e temperos frescos, sem esquecer do mais importante: o salsão.

Em casa numa panela bem funda, refoguei uma cebola em pétalas e 6 dentões de alho grossamente cortados. Acrescentei dois litros d'água, um bouquet garni com meus temperos frescos, sal, e coloquei aí as batatas e o frango. Aquele sopão ficou ali cozinhando. Quando tava tudo macio, tirei os peitos de frango e reservei para desfiar depois, o sopão, eu bati no liquidificador e voltei pra panela, parecia uma mega sopa de nenê.

Nesse sopão eu adicionei meio tablete de manteiga, e quando derreteu e a sopa começo a borbulhar, comecei a adicionar a farinha. Eu vou peneirando, mas tem gente que diz que nem precisa. Foi um meio quilo, talvez um pouco mais. Deixei esfriar um pouco coberto com filme ( essa massa, se não for coberta com filme ou pano úmido cria uma crosta medonha ), e coloquei na geladeira pra gelar bem.

Já era tarde e fui dormir.

No domingo fiz o recheio, aquele refogado básico, que cada um faz do jeito que gosta.

Quando o recheio também estava frio, fui fazendo bolinhas de massa com a mão, recheando, enrolando. Passei no leite e na farinha de rosca ( Paneermeel ) e fritei.

Dessa vez, deixei a massa um pouco mole demais, apesar de ultra gostosa está difícil de enrolar. Ontem eu "consertei" a massa, levando de novo pra panela e adicionando mais farinha. É um saco mas dá certo. Hoje enrolarei o resto da coxinhas.

Minha colega morando fora do Brasil, tente essa receita! No Brasil, em cada esquina há um lugar que faz coxeeenhas melhor que o outro, mas aqui fora, depende de você ou de alguma alma caridosa que faça as bichinhas pruma festcheeenha e te convide. E vamocombiná, coxinha de farinha ou de batata vai engordar o mesmo, então banha por banha, engorde com coisa boua, de rika, e esquece a massa de buteco pura farinha.

Dá pra congelar, só lembre que massa de batata, pra fritar, é mais garantida se tiver à temperatura ambiente, senão pode estourar toda.

Essa massa fica bem também pra bolinhas de queijo.

A Tia Lála ainda está viva, já passou dos 90. Vai ver que a coxeeeenha também tem poderes rejuvenadores.

segunda-feira, agosto 24

Ó céus, o que fazer? O que fazer? Hein, hein?

Fui contratada na empresa onde eu trabalho para gerenciar a introdução de um fornecedorzão novo, que chamarei aqui de NewGuy.

Temos um fornecedor atual, pesquisas indicam que o NewGuy pode ser até 20% mais barato que o fornecedor atual, pedimos autorização e verba pra matriz, e voilá, vamos substituir o fornecedor antigo pelo NewGuy.

Dois meses antes de eu começar a trabalhar aqui, quando a pesquisa havia terminada e antes de recebermos a autorização da matriz, um funcionário do NewGuy, do departamento de custos, mandou um CV pra uma vaga aberta aqui na empresa, e ele conseguiu o emprego.

R., esse ex-funcionário do NewGuy, veio pra cá com a autorização da empresa antiga, nada foi feito pro debaixo dos panos, e é claro ele foi alocado no meu projeto, afinal ele sabe todos os cálculos de preço do NewGuy.

Com a ajuda de R., nossa empresa conseguiu negociar preços ótimos com o NewGuy, e baseados nesses preços, recebemos a diretriz de transferir um negócio de 30 milhões de euros para o NewGuy. Estamos em negociação, temos um time imenso trabalhando nisso, 4 linhas de produtos diferentes, já gastamos pelo menos 4 milhões de euros em horas de engenharia.

O que sempre me encafifou um pouco foi o R. ter trazido um external hard drive inteirinho com TODOS os detalhes de custo do NewGuy. Preços internos, tabela de taxas de serviços, estratégias, programinha de cálculo, tudo tudo tudo. Nosso diretorzão quando ouviu que o R. estava trabalhando nesse projeto disse que não gostava da idéia, mas acabou meio que aceitando, ou caiu no esquecimento. Muito ético não é, vocês concordam?

Hoje ouvi, via via via, de alguém que acha que eu não entendo holandês, que o R. está em negociações finais com o NewGuy e pode estar em breve voltando pro NewGuy. E aí, com certeza, da mesma forma que ele trouxe os segredos do NewGuy, ele vai levar os nossos. E além de perdermos os 4 milhões de euros já gastos, corremos o risco de não economizar os 6 milhões por ano que o "negócio" vai economizar.

Eu não sei o que fazer. Meu primeiro impulso foi ir ao meu diretor e contar sobre o que ouvi, mas eu teria que dar nomes, e isso eu não quero. Segundo que essa situação pode escalar e escalar e mesmo que o R. decida não voltar pro NewGuy, a reputação dele aqui vai estar perdida pra sempre. Mas se eu espero, pode ser que ele acabe saindo daqui sem dizer pra onde vai ( ele não é obrigado por lei ), e a minha empresa nunca vai ficar sabendo o porquê dos novos preços do NewGuy serem muito mais altos, porque eu tenho certeza que se ele está indo pra lá é pra um cargo mais alto e o que ele está oferecendo em troca, assim como ele fez aqui, são os segredos da empresa. Eu disse pro belga, que estava tendo a conversa original que eu escutei, que eu havia entendido e que eu achava que ele, que foi quem teve a conversa, devia alertar nosso diretor, e ele disse que não ía se envolver, que é apenas um boato, e que no fim, se nossa empresa, nesse tempo de crise, não garante o emprego de ninguém, que qualquer um aqui tem todo o direito de procurar outro emprego mais "garantido".

Estou aqui em papos de aranha. O que é que eu devo fazer?

O poder da mente...

Vocês acreditam que nós, em períodos de desequilíbrio emocional, possamos provocar doenças?

Eu voltei ao trabalho linda e resplandescente, mas em apenas duas semanas, já estou me arrancando os cabelos.

Alinharam o fim de 4 projetos para o mesmo tempo: semana 39.

Por lei, eu tenho que tirar a semana 37 de "semana desemprego". Estou alucinada de preocupação.

Passei a semana passada inteira tomando Advil pra dores no corpo e dores de cabeça. No sábado acordei com febre, falei pro Bart que não ía sair da cama, tomei banho de banheira, peguei um livro e passei o sábado na cama, sem nem lembrar do trabalho. Domingo de manhã acordei ótima, como se nada tivesse se passado, nada de febres, nada de dores no corpo... Agora a pergunta é, a doença era psicológica, ou era algum virus que com repouso e muito cházinho foi combatido?

Mudanças no meu estilo de vida são desesperadoramente necessárias.

quinta-feira, agosto 20

Como é morar em Eindhoven?


Eu ouço muito frequentemente que Eindhoven é a cidade mais feia da Holanda. Eu tenho que discordar, porque eu acho Rotterdam feíssima, com um povo feíssimo nas ruas, entretanto, Rotterdam tem tudo o que você puder imaginar em se tratando de lojas, restaurantes, bares, mercados, então apesar de feia, é prática.

E é aí que eu tenho que defender Eindhoven. Muito, muito frequentemente, o povo compara Eindhoven com Den Bosch, e sempre dizem que Den Bosch é mil vezes "melhor" que Eindhoven. Eu discordo, melhor não é, o centro é mesmo mais bonitinho, afinal é centro histórico, mas Eindhoven tem muito mais conveniências pra oferecer. Se eu fosse comparar, a cidade que sairia ganhando seria Breda, que tem centro histórico mais bonito que o de Den Bosch, tem todas as lojas e restaurantes que Eindhoven tem e mais, e de quebra fica moooito mais perto de grandes cidades como Rotterdam e Antuérpia.

Eindhoven é a cidade da Philips, cresceu ao redor da empresa. Temos vários escritórios dessa empresa, fábricas, estádio, deveriam ter mudado o nome para Philipslândia. Estamos numa área super verde do país, e nas nossas ciclovias temos as rotas indicadas para os passeios nas florestinhas ao redor da cidade. É muito comum nessa época do ano ver gente chegando na estação de trem com suas bikes, ou então ciclistas seguindo algum mapa de ciclovias. Num desses caminhos, passa-se pela estradinha que vai a Nuenen, e ali pode-se comprar morangos, aspargos, flores e plantas produzidos em cada uma das fazendinhas. Tem até fazendinha de criação de alce. Porque é que alguém cria alce eu não sei.

Eindhoven é uma cidade de gente jovem, temos uma universidade técnica bem conceituada, que tem fama aliás de ser o portão principal da Philips. Bom, Bart estudou lá e saiu direto da sala de estudo pra Philipona. Em frente à universidade tem a instalação de arte "flying pins", que todo mundo acha curiosa. Como na maioria das maiores cidades holandesas, Eindhoven tem um anel viário, e bem lá no miolinho fica o centro da cidade, que é uma zona de pedestres. Ali temos praticamente todas as lojas mais famosas da Holanda, e muita gente vem das cidades ao redor ( inclusive de Den Bosch ) para comprar em lojas com a Bijenkorf, V&D, Media Markt, BCC, e tantas outras. Ali também fica o cinema Pathé, com suas nove salas, e o novo e meu preferido, cinema Zien, com 5 salas e garçonete que vem te servir na sua cadeira. Temos ainda um multiplex para filmes "cult". Eindhoven em um ponto é uma cidade à parte na Holanda: temos 3 shopping centers! Já falei que na Holanda praticamente não existem shopping centers? Temos inclusive um grandão, que não fica no centro, o Woenselcentrum, que tem 4 ( !!!! ) supermercados, fora praticamente todas as lojas que temos no centro da cidade.

Holandeses têm fixação em móveis, lustres, decorações para a casa em geral, e em praticamente todas as cidades tem um "woonboulevard" ( impossível de traduzir, algo como boulevard de estar ) com essa lojas, mas em Eindhoven temos a minha loja favorita, que atrai gente até de Bélgica: o Ikea! Aos sábados é uma sucursal do inferno, mas como abre até as 9 todos os dias, voou bastante durante a semana.

Uma das maiores vantagens é que Eindhoven é uma cidade de acesso fácil para quem não tem carro, e dentro da cidade, vai-se a todos os lugares de ônibus, que são bons, frequentes, e confortáveis. Isso não só é uma comodidade a mais, como também valoriza bem o mercado imobiliário daqui.

Podem me chamar de preconceituosa, mas eu gosto de Eindhoven ser uma cidade normal tipicamente holandesa. Tem gente acha que tipicamente holandês é aquela cidadezinha do polder com gente usando tamanco, bah, faz-me rir. Amsterdam também é um mundo à parte, de tanto turista. E Rotterdam dá até medo, com tanta gente feia se esfalfando pelas ruas. Ah, pode me chamar de preconceituosa, tô pouco me lixando, mas aquele bando de cabo-verdiano, misturado com surinamense, com marroquino, andando na rua com os cabelos espalhafatosos, roupas estranhas, panças a mostra… Afe afe afe… Parece a Marechal Deodoro em SBC ( você tira a pessoa de São Bernardo, mas não tira São Bernardo da pessoa ). Aqui até os imigrantes ( re-lou, e eu sou o que? ) são mais normaizinhos, já que na maioria são imigrante patrocinados por empresas da região, logo, tem um nível sócio-cultural mais alto. Esnobe, eu? Não, realista, afinal quem é que não gosta de viver perto de gente bem educada?

Hoje está fazendo 32 graus, e muitos dos meu colegas estão combinando sair mais cedo amanhã, caso o bom tempo continue, e ir ao aqua-best, um parque ao redor de um lago, onde o povo toma sol, nada, faz esportes aquáticos. Acho que vou até dar o ar da graça.

Mas é isso, I ( coraçãozinho ) Eindhoven.

Algumas foteeenhas:


http://www.eindhoven.nl/web/show/id=418938/contentid=28106

http://www.heuvelgalerie.nl/


quarta-feira, agosto 19

Post sem pé nem cabeça, vários assuntos ao mesmo tempo

CUPCAKES

Anathalia, obrigada pelo "oferecimento", acho que se eu morasse aí nos EUA nunca, jamais, eu teria um centavo sobrando na conta. É coisa demais pra comprar! Mas eu estou "fazendo" meu próprio extrato de baunilha, e os demais apetrechos eu vou ter que ir à uma loja especializada ou comprar online por aqui.

HOBBY CARO

Quando a Holandesa começou a fazer os bolos, ela me convidou para o curso, que aliás eu já tinha feito no Brasil. No Brasil a moda dos bolos de massa elástica, como são conhecidos ( ou pasta americana ), não fizeram muito sucesso, e por duas razões: o bolo é meio seco para os padrões brasileiros. Nesse tipo de bolo você normalmente usa geléia ou creme de manteiga, alguns mais ousados podem até fazer com doce de leite ou ganaches ( de chocolate ou leite ), mas a massa em si tem que permanecer seca pra não alterar a massa elástica. A segunda é que não só os ingredientes são caros por serem na maioria importados ( os géis comestíveis para dar cor, a massa de amêndoas ), mas os apetrechos pra fazer os bolos são um belíssimo investimento ( espátulas, cortadores, formas, rolos de textura, bicos de confeiteiro ). Como diz a Holandesa, é um hobby caro. E gastar uma grana preta pra ouvir que o bolo é "gostosinho" ( essa foi a reação ao meu bolo, e também ao que eu comprei da confeitaria onde eu fiz o curso, que em teoria era um dos melhores de SP ), é o fim da picada. Acabei indo fazer um curso de bolos gelados e cremosos ( cópia dos bolos da Amor aos Pedaços ), e esses sim faziam o maior sucesso. Já aqui na Holanda o povo não é muito chegado a bolos "molhados", adoram geléias, esses bolos que a Holandesa faz são um sucesso! A idéia de fazer cupcakes ao invés dos bolos, primeiro é porque eu não tenho família grande pra comer meus bolos, nem tantas festas, reuniões e comemorações. Segundo é que pra fazer cupcakes o investimento é bem menor, não tem que ter tanta espátula, tantos bicos de confeiteiros. Terceiro é que é uma gratificação mais imediata, se vc faz o primeiro cupcakes e não fica muito bom, você "conserta" no segundo, e em meia hora você tem vários bolinhos lindos para ser admirados. Até nos hobbies eu sou imediatista. Mas a maior razão, a principal, é que eles são muito bonitinhos, né não? Tem um mais lindo que o outro. Ai, minhas banhas…

CADA UM É CADA UM

Hoje eu estava conversando com um colega que vai em Dezembro pra Jamaica.  Eu gostaria muito de ir esse ano, mas não tô podendo $$$$, no máximo estico o budget para a Republica Dominicana. Eu, e acho que a maioria das amygues ( internautas ou não ), não colocam pézinhos num hotel sem antes ter pesquisado no Tripadvisor. Eis que eu pergunto pro colega se ele consultou o site pra ver as reviews do hotel onde ele vai ficar e ele me responde que odeia ler essas reviews, que nunca abre o tripadvisor porque nas poucas vezes que o fez só tinha review de gente louca. Eu concordo que tem muita gente reclamando de garçom que não ri ( !!! ), ou de hotel cujo showzinho noturno não é muito bom ( se eu quero ver show noturno vou à uma casa de show, não a um hotel ), ou coisas banais. Mas tem também muita gente que dá opiniões sinceras e práticas, e o melhor, gente que vê hotel esculhambado e tira fotos. E convenhamos, contra fotos ( e fatos ) não há argumentos. Eis que o colega vai pra um RIU, que sinceramente é uma das piores cadeias de hotéis onde eu já fiquei, mas ele é fã e tem cartão fidelidade, e aí olhando as fotos no tripadvisor, o hotel é medonho, todo caindo aos pedaços, o nível de "aceitação" é 69% ( super baixo ), eu realmente gostaria que ele visse as resenhas. Mas ele não vai ler. E eu não vou mostrar. Mas acho uma besteira. Whatever, é ele que vai se dar mal nas férias, não eu.

E O CAOS TOTAL

Vocês viram que eu não estou falando lá com crá, estou cansada e não consigo em concentrar e quero ir pra casa mas tenho que esperar uma ligação. Vou trabalhar como um elfo doméstico até o fim do ano. E essa loteria que não "cai nimim"...


terça-feira, agosto 18

Preciso dizer que eu quero ir pra Orlando?


Ontem meus colegas de trabalho voltaram das férias. Ouvindo-os contar das viagens, fico me perguntando, quem diria que um dia eu ía ouvir e achar perfeitamente comum alguém dizer que passou as férias nos fiordes Noruegueses, ou em Cannes, ou nos Ardennes Belgas ( esse é carne de vaca por aqui )?

E os Brasileiros, que comparados aos holandeses, viajam pouco, estão botando as asinhas bem de fora: tenho um monte de amigos que foram para a Disney em Julho. Dolar baixo, milhões de promoções de hotéis por causa da recessão, a brasileirada que sempre sonhou em ir pra Disney… Disney continua sendo o sonho de consumo da brasileirada, dou o maiorrrrr apoio! Em 1998, com dolar praticamente um pra um, a Disney mais parecia o Playcenter, só tinha brasileiros! Já em 2005, quando voltei com o Bart e o dolar estava na casa dos 3 reais, não me lembro de ter visto nenhum.

Aliás, tenho uma pergunta para brasileiros morando nos EUA e que eventualmente leiam o blog: vocês já comeram cupcakes nos EUA?

Acontece que eu encasquetei que quero aprender a fazer aqueles cupcakes decorados. Começa de que eu nunca entendi qual a diferença entre um cupcake e um muffin, mas vá lá. Aí peguei duas receitas de cupcakes, uma delas de uma cupcakeria famosa de NY, e embora o sabor tenha ficado ótemo, achei o bolinho meio pesado. Aí tentei fazer a outra receita, e também ficou meio pesado, será que é assim mesmo, e a diferença entre cupcake e muffin é que cupcake é mais úmido e mais pesadinho enquanto o muffin é mais levinho mas meio seco?

Fora isso, adotar um hobby americano aqui na Holanda é pedir pra sofrer. Tem vezes que eu acho que nossos mercados e os mercados da antiga União Soviética comunista de 20 anos atrás não são muito diferentes, só faltam os cupons de ração. Sério. Nas receitas do bolinho e do creme cobertura vai um monte de extrato de baunilha, mas aqui não vende! Talvez venda nas lojas especializadas  em confeitaria, mas no mercado só tem aroma de baunilha, que dá o cheiro mas não dá o gosto. Forminhas, só tem de uma marca, um tipo, e são caras. Açucar de confeiteiro, só numa embalagem de 200 gr. para polvilhar panquecas e poffertjes, imagine fazer o buttercream, que leva 3 xícaras do produto! Lembro ter visto todos esses produtos no ASDA, no Reino Unido, incluindo corante em gel, glacê-real, massa elástica, massa de amêndoas, enfeitinhos, e forminhas de mil  desenhinhos. Aqui, a menos de 1 horinha de avião, não se encontra nada.

Fora que Bart não gosta muito de muffins e cupcakes, então fica aquele monte de cupcakes super calóricos dando sopa na cozinha, e acaba que vai pro bucho. Prometi aqui na empresa que trarei uma fornada na próxima reunião de grupo, que será em 2 semanas, até lá tenho que ir à uma loja de confeiteiros.

sexta-feira, agosto 14

Gen mutante na Holanda


Eu já disse que adoro a empresa onde trabalho, curto muito meu grupo, meu diretor e diretorzão são boas pessoas, eu estou ( toc toc toc ) muito contente. Mas nem todo mundo por aqui está.

Há um bafafá rolando à boca miúda ( aliás, nem tão miúda assim ) por causa da K.

K. tem uns 33 anos e há um ano, quando comecei aqui, ela estava pra ter um bebê, já havia saído de licença "pré-maternidade". Quando K. voltou, depois dos habituais 3 meses de licença, tentou negociar com a empresa que o contrato dela passasse de 40 para 32 horas, assim ela teria mais tempo para dedicar à filha. Não sei se é só nesse departamento, ou se é política geral da empresa, mas a solicitação dela não foi aceita.

Há uma lei holandesa que garante à ela trabalhar 1 dia a menos por semana por 13 meses, e ela se beneficiou dessa lei, mesmo à contra-gosto do chefe, mas não havia nada que ele pudesse fazer, lei é lei. Aí, não contente em ficar só 1 dia por semana em casa, K. decidiu que ficaria 2 dias por semana em casa, mas daí o prazo dado por lei cairia pela metade, pouco mais de 6 meses.

Como aqui na Holandesa, em geral, a mulherada põe um pra fora e outro pra dentro, quando a filha fez 6 meses ela já estava grávida de novo, e está agora novamente de licença maternidade. A situação está complicada, porque ela não quer pedir as contas e a empresa não pode mandá-la embora, mas enquanto a situação não se resolve, o portfolio dela fica dividido entre outros 2 compradores e contrataram um assistente. Ela pede ao diretor que deixe um comprador mais senior como líder do portfolio, ela como compradora operacional, e efetivem o assistente ( ele é temporário ) para ajudar no portfolio dela e do comprador mais senior. Ninguém gostou dessa idéia, nem o diretorzão, nem o chefe dela, e nem o RH, porque existe uma descrição de cargo oficial, que é aliás comum com a matriz nos EUA, e a situação dela seria um caso muito à parte. Sem falar que os colegas dela também não querem ser lideres de duas commodities, mesmo que tenham assistentes.

O que todo mundo está apostando é que, se ela voltar, será encostada em algum cargo bem insuportável, na geladeira total, até que ela por si só, peça a conta.

O "causo" tem gerado muita discussão, e hoje meus colegas pediram minha opinião, já que eu sou mulher.

Eu disse que no Brasil, muitas, senão a maioria das mulheres que trabalham, não podem se dar ao luxo de trabalhar um dia a menos por semana quando tem filhos. Não há lei que garanta esse benefício, e as empresas também não gostariam da idéia. E feliz ou infelizmente, a maioria TEM que trabalhar, porque sozinho o marido não consegue pagar apartamento, condomínio, assistência médica, financiamento do carro, gasolina, etc etc etc. É ou não é a realidade do nosso país? E disse que nem por isso, essas crianças que vão pro berçario sejam todos desajustados emocionais. Disse que eu conheci mulheres na GM, gerentes, que mesmo com dois filhos, chegaram lá. Que possível é, só é ultra-sacrificado, exige muita força de vontade. É mais fácil com um filho só, claro. Mas é possível.

E complementei dizendo que, se a pessoa quer mesmo ter uma família maior, se ela faz questão de passar dois dias da semana com os filhos, se ela não tem pique pra ralar num trabalho full time, e cuidar dos filhos, e cuidar da casa, e estar bonitinha e sorridente pro marido ( pique que eu não tenho ), que ela não deve se admirar, ou reclamar, de ter que aceitar um cargo "menor" ou de menos responsabilidade. Eu acho que um dia "de folga" por semana é administrável, mas dois, realmente não dá pra conciliar com o nosso tipo de trabalho.

Já os 3 colegas de trabalho que discutiam o assunto comigo dizem que filho JAMAIS deve ir para a creche 5 vezes por semana, que isso é dar a criança pra creche criar. Um deles disse que ele toparia numa boa abrir mão da carreira pra ficar cuidando dos filhos 2 vezes por semana, mas os outros 2 disseram que criança precisa da mãe ( bela desculpa ).

Eu respondi com 2 argumentos. Primeiro que a criança vai pra escola aos 4 anos e vai ficar lá 5 dias por semana, das 8 às 15. Se a mãe entrar na empresa às 8 da manhã, ela pode sair as 16 ( ou o pai ), então a criança teria que ficar na creche que cuida em horário extra-escolar somente 1 horinha. Quando a criança nasce, a mãe volta para o trabalho quando a criança tem uns 4 meses, se ela esticar a licença com férias. Aí somam-se mais 13 meses que a mãe pode folgar um dia por semana. Sobram 2 anos e meio. Eu não consigo acreditar que uma criança vai crescer traumatizada e sei lá mais o que só porque por 2 anos e meio ela foi pra creche um dia a mais por semana.

E o segundo argumento é que tem muita mulher que tira esse dia de folga mas não dedica esse tempo extra ao filho. Eu vejo pelos janelões da vizinhança, criança que mal sabe andar sentadinho na frente da TV enquanto a mãe tá limpando a casa. Aí, pra deixar meu filho vendo TV enquanto eu lavo, passo e cozinho, eu prefiro que a criança vá pra escola interagir com outras crianças, fazer trabalhinhos manuais, e sei lá mais o quê que a criança faz na creche, mas o que pode ser pior que ficar horas em frente à TV?

No fim, eles disseram que apesar dos meus argumentos serem bem razoáveis, e de concordar que tem gente que foi pra creche, ou teve babá e que cresceu pra se tornar um adulto normal, que criança tem que ficar um dia da semana em casa com um dos pais pra crescer psicológicamente equilibrada e sadia.

Eu ri ué, vou fazer o que? Ri e disse que é por isso que eu tenho gatos. Que criança holandesa tem um gen mutante que requer a presença da mãe um dia por semana 24 hrs, e que já que eu não posso dar isso, melhor ficar sem. Sorte das colegas leitoras, que não casaram com holandeses e não correm o risco de ter filhos com o tal gen mutante.

 

quinta-feira, agosto 13

Papo acéfalo


Eu não tenho saco nem interesse em creminhos, maquiagenzinhas, shampoozinhos, roupas, sapatos e futilidades afins. Acho que todas as minhas amigas são mais ou menos assim também, cosméticos raramente são parte dos nossos bate-papos, afinal temos tanto pra falar, carreira, viagens, filhos, casa e reformas, bichos de estimação… E olha que uma das comadres trabalha numa empresa famosa que não só tem uma linha de produtos para o rosto, mas também uma marca famosa de maquiagem.

Há mais de ano eu venho adiando reestocar minhas gavetas. Antes da viagem cheguei ao fundo do poço, minhas roupas de verão estavam em farrapos, meu hidratante facial tinha umas gotas, não tinha mais nenhum gloss, estava usando shampoo Pantene ( meu cabelo é ruim toda vida, só fica bom com Kerastase ou a marca do meu cabeleireiro ), e meu estojinho de maquiagens só tem embalagem vazia.

Um esclarecimento. Embora eu deteste maquiagem, não posso viver sem corretivo e agora tive que encorporar o blush na rotina diária. Eu sou muito pálida, tenho olheiras escurésimas e fica todo mundo me perguntando se eu estou doente ou não dormi bem quando eu não uso maquiagem.

Desde os 25, eu alterno hidratante facial da Lancome e da Estée Lauder. Quando o potinho está na metade, começo a procurar ofertas pra repor, mas esse ano marquei bobeira, esqueci totalmente, e acabou que num belo dia, usei a última gota do Lâncome e não tinha nada pro dia seguinte. Fui nas lojas daqui mas, sem promoção nenhuma, quase desmaiei com os preços. Resolvi, até porque estava sem tempo, comprar um creme "quebra galho", até aparecer uma daquelas promoçõezonas ou eu passar por um bom duty free. Pensei em comprar o Definity, mas como eu não compro nada que eu não possa experimentar e a Olaz não tem tester, desisti. Na ETOS, tinha um Definity para olhos aberto, e a moça do caixa me deixou experimentar. Comprei. E tinha um Loreal em promoção, experimente, parecia bom, comprei. Fui pra casa pensando: minha cara vai cair. Já posso até sentir as rugas se formando. Se com Lâncome já tava brabo, com creminho de prateleira vai ficar o ó. Mas para minha surpresa, e aqui fica a dica, o Loreal é muito muito bom, estou até pensando em adotá-lo permanentemente. O Definity para olhos é OK, o Lâncome ainda era melhor. O Loreal é esse aqui:

http://www.loreal-paris.nl/huidverzorging/gezichts-verzorging/revitalift/breukrimpels.aspx

Antes de ir viajar me reabasteci de roupas de verão, comprei até demais na liquidação. Me reabasteci também de Kerastase. Meu estojinho de maquiagens receberá a adição somente do meu corretivo favorito ( Effacernes, Lâncome ), mas de resto vai ficar desfalcado até eu encontrar promoções boas.

E com mais algumas compras meus armários e gavetas estarão novamente reestocados por 1 ano, Deus permita. E daí colega, ficarei livre de gastar meu rico dinheirinho nessas baboseiras "marromenos" necessárias por um longo tempo, e você ficará livre desses posts acéfalos por outro longo ano.

E para terminar, você sabia que:

- Aqui na Europa o buraquinho do spray já vem virado pra frente enquanto nos países mais pobres não? Pode reparar!

- Aqui na Holanda, tem pouquíssimos produtos da Johnson & Johnson, e até a famosa linha para bebê é reduzidíssima, e se chama Natusan.

- O Oil of Olay aqui se chama Olaz, e no Brasil nem existe. Minha mãe ama os cremes da Olaz e eu estou sempre mandando pra ela, pras tias e até pras amigas dela.

- Aqui não tem AVON, e olha que a maioria dos produtos top de linha da AVON são feitos aqui do ladinho, na Alemanha.

- Esmalte de Unhas aqui é super caro, a maioria das brasileiras traz do Brasil. Nosso bom e velho Colorama é vendido aqui sob a marca da Maybeline ( é assim que se escreve? ), mas tem umas cores ultra estapafúrdeas. A solução é comprar num loja low profile chamada HEMA ( mas descascam no mesmo dia ), ou pagar 10 euros num Loreal ou marca semelhante. Eu ainda tenho esmalte da Xuxa e da Angélica. Ah, e aqui ainda vendem acetona.

- Numa loja chamada Etos, vende-se embalagens miniaturas para praticamente todos os cosméticos "de prateleira". Para viagens curtas, mini-pasta, mini-desodorante, mini-hidratante, economizam um bom espaço na bagagem. Mas não são muito baratos.

- Aqui não existe água oxigenada. Nem Merthiolate.

- Europeus são todos ecológicos, mas não existe nenhuma marca de cosméticos que ofereça refil, como a Natura.

- Também não temos Neutrogena.

- Em lojas tipo Kruidvat ( uma mistura de Drogão com Americanas ), vende-se repelentes, velinhas e até aquele aparelho de colocar na tomada anti-mosquito, mas tudo de citronella, que só espanta mosca de fruta e olha lá. Baygon, Rodasol e afins são proibidos. O interessante é que em outros países da Europa se compra venenão numa boa, eu renovei meu estoque de Baygon de tomada agora na Grécia. Na Holanda tem muito mosquito, tipo Ilha Bela no verão. Sério. E o marido que é todo medroso, trouxe do Brasil loção anti-mosquito para bebês da J&J, e não é que funciona? E o cheirinho é óteeeemo.

- Não reparei se já tem no Brasil, mas aqui tem Nivea for Men e a Loreal também tem uma linha masculina. Tentamos comprar um hidratante para o Bart no México e a vendedora da drogaria ficou inconformada de um homem querer usar hidratante para o rosto. Lá não tem Nivea for Men e macho que é macho tem que ter cara de brucutu.

Agora que esgotei meu repertório anual de conversas fúteis e levemente acéfalas, mas ligeiramente interessantes, sigamos com a programação normal.


quarta-feira, agosto 12

No fim...


No fim é como a Marcia falou, a gente troca uma coisa por outra. No meu caso, também fico na Europa principalmente pela segurança, poder andar tranquila na rua, dirigir de vidrão aberto no verão, não me preocupar com o carro ser roubado se eu estaciono na rua… E igualmente importante para mim, é o sistema de aposentadoria aqui, cujo salário mínimo já dá levar uma vidinha razoável, enquanto no Brasil, velhinho que depender da aposentadoria var cortar um dobrado.

Quando eu comecei a trabalhar na GM, fazia parte do meu grupo a S, uma senhora finíssima de origem alemã. S ainda na casa dos 30, começou a planejar a aposentadoria dela, e como ela queria morar num lugar mais calmo, mas próximo à todas as facilidades de SP, comprou um terreno em Itanhanhém, litoral sul de SP, que naquela época começava a ser desenvolvido. Com o passar dos anos aquele terreno ganhou uma casinha, e teve o terreno do vizinho anexado, e pouco antes dela se aposentar, a casinha foi extendida. Muitos anos já se passaram, acho que bem uns 10, e até hoje S me diz que foi a melhor coisa que ela fez. Na época eu era bem novinha, mas sempre jurei que ía fazer o mesmo.

Todos os países aqui da Europa que visitamos, damos uma olhada em terrenos ou empreendimentos imobiliários. Quando fomos à Bahia também demos uma olhada em terrenos. É uma pena que eu não tenha dinheiro agora, mas naquela região estão começando a vender terrenos em condomínio na praia de Embassaí, que é perto da Praia do Forte e ainda ultra rústico. Em uns 5 anos, eu garanto que a vilinha já vai estar bonitinha e em uns 10 anos, o balneário vai estar show de bola. Eu queria muito comprar um terreno e deixar lá, guardadinho, esperando por mim. Mas comprar terreno no Brasil é um risco, afinal, quem garante que em 25 anos, quando eu me aposentar, a violência não vai ter tomado conta? E a situação econômica, vai continuar estável?

Ando também vasculhando muito a internet à respeito de terrenos na Espanha. Não naqueles balneários lotááááádos de Ingleses beberrões ( tipo Marbella ), mas terrenos que estão sendo colocados à venda pelo novo sistema de zoneamento dos terrenos rurais. O que me preocupa é que, para poder colocar uma boa casa, de uns 300 m2, uma piscina, você tem que comprar um terreno enorme, normalmente com oliveiras ou laranjeiras que uma cooperativa administra. Mas será que não atrapalha, o povo passando a toda hora para fazer a colheita, ou adubar, ou sei lá mais o quê? Será que eu acho terrenos rurais perto de cidades maiores, afinal eu quero estar perto de hospitais, lojas, cinemas…

Ah, planos, tudo planos, castelos em nuvens. Eu não estranharia nada se no fim eu acabasse ficando enterrada nessa terra fria. Ah, mas isso é que não. Nem que for pra comprar um casebresinho num dos países "baratos" da Europa, mas aqui nessa gelereira eu não morro. Meu epitáfio não será escrito em holandês, ah isso NEVER. NOOIT.

terça-feira, agosto 11

Quero ver você não chorar, não olhar pra trás, nem se arrepender do que faz...


Hoje um ex-colega de faculdade, ex-colega de GM, com quem mantenho contato por e-mail, me ligou e perguntou se eu estaria interessada numa vaga na empresa atual dele, uma montadora de caminhões, perto do meu apê no Brasil. Ele me disse que comentou sobre mim ( brasileira, trabalhando numa montadora de caminhões na Holanda, com experiência na GM ) com o diretor dele e ele ficou muito interessado.

Bizarro isso. Começa de que numa situação como a minha, eu não faço nem idéia se o salário que estão oferecendo é um salário bom, afinal fazem 6 anos que saí do Brasil.

Mas a verdade, é que não tenho mais peito pra encarar outra mudança de país. Acho que nem pra realizar meu sonho dourado de morar na Austrália. Nunca pensei que fosse ser tão difícil, e agora que o pior passou, não quero nem pensar em fazer o caminho inverso.

Já pensaram? Vender ( ou alugar ) minha casa aqui, Bart procurar emprego lá, procurar casa pra morar lá ( eu não ía ter coragem de desalojar minha mãe ), apesar desse cargo dar direito a um carro eu teria que procurar outro pro Bart, ele aprender a língua, fundo de garantia lá e pagamento de aposentadoria zerados, aqui meu pensionfonds parado, não , não dá nem pra pensar…

Ter assim, uma oportunidade concreta de voltar para o Brasil me fez colocar as coisas em perspectiva. Falta pouco, muito pouco pra eu ser ultra feliz aqui. Bem felizinha já sou, o pouco que me incomoda é quase nada comparado com o que eu já superei.

Conversei com duas outras pessoas, o tal fornecedor brasileiro e um outro amigo brasileiro, e eles me falam que voltar é loucura. Comentaram dos preços e qualidade de serviço médico, disseram que até os hospitais particulares que costumavam ser ótimos, tipo o Hospital Brasil em Sto. André, agora andam superlotados. O amigo me mandou uns links para preço de carros e quase caí dura, mesmo com a tal diminuição do IPI, um carro aí custa muito mais do que aqui na Europa. E preços de apartamentos? Gente, um apartamento de 100m2, na planta, duas vagas na garagem, no Jardim do Mar em SBC, 320 mil reais, prestação mensal de mais de 4 mil. Quem pode? Aqui na Holanda, um financiamento hipotecário de 500 mil euros, por 25 anos, gera uma prestação mensal ao redor de 1500 euros líquidos.

Não, não rola, sou medrosona demais, são muitas incertezas, seria complicado demais. Mas confesso que por 30 segundos, pensando na família pertinho, na faxineira, no calorzinho, na casa da praia, fiquei muito, muito, muito tentada.

Alguém por aqui já passou por essa situação e optou por voltar ao Brasil? E quem pensa em voltar ao Brasil, porque quer ir, porque ainda não foi? Sou só eu que sou "chicken desse jeito?

A gripe suína


Ontem, conversando com um fornecedor brasileiro, ele me contava que a esposa, que é dona de uma farmácia de manipulação, junto com muitos médicos, estão revoltados com a manipulação de dados que o ministério da saúde está fazendo com os casos de gripe suína. Segundo ela, os números seriam bem mais altos do que os publicados.

Eu não sei o que pensar. Por um lado, acho melhor não haver pânico, e números altos gerariam pânico, e comprometeriam muito a economia do país. Mas por outro lado, se o povo soubesse dos números verdadeiros, talvez reagissem mais rápido aos primeiros sintomas, se bem que eu não sei se isso diminui muito a taxa de mortalidade.

Acho que o nível de informação recebida pela população em geral, pelo menos por aqui, é fraca. Recebi, via o marido, o e-mail que a Philips mandou para os funcionários quando 4 casos foram confimados na empresa no Campus em Eindhoven. Nesse comunicado falam que o medicamento Tamiflu não só trataria mas ajudaria a prevenir a gripe. Devo então, mesmo sem estar gripada, pedir para a minha médica-de-família?

O comunicado aqui da empresa foi um pouco mais útil, ele dá instruções para evitar o contágio. Uma das informações achei super útil: usar apenas lenços de papel em caso você precise espirrar. Pode parecer bobo, mas eu ainda vejo muita gente por aqui usando lenço de pano. E caso você espirre, lavar as mãos imediatamente. E diz ainda que as máscaras de pano não protegem contra o virus.

Aqui na Europa, logo estaremos no outono. Eu não sei se as estatísticas confirmam, mas minhas gripes mais fortes foram todas pegas no outono. Como diferenciar uma gripe normal da suína? Não seria mais racional pedir pros funcionários, ao sinal do primeiro espirro, antes de vir pro escritório ir para o médico confirmar se é gripe normal ou suína? Os casos da Philips foram simples zé manés como nós que acordaram meio gripados e foram trabalhar mesmo assim, e logo 1 caso virou 4.

Hoje dei um espirrinho e o colega já avisou: sai com essa gripe mexicana pra lá. É alergia, respondi. Ele pergunta: alergia a quê? Eu respondo: a trabalhar…

Mas deixa eu voltar pro batente, já que eu não ganhei na loteria estadual, que saiu prum bilhete de 1/5 em Utrecht e vai dar lá pelos 28 milhões de novo no mês que vem.


segunda-feira, agosto 10

Quase Twitada #2: Adriana chocadésima

Estou horrorizada! Verdade que anunciaram que o Brasil sediará a copa de 2014? Quem foi o louco que tomou essa decisão? Como os gringos vão do hotel pros estádios, de busão? Faz-me rir. E os que precisarem de assistência médica, vão onde, no SUS? Faz-me rir. E os jogos serão em que estádios, nas velharias que conhecemos? Gringão sentado em arquibancada de concreto? Faz-me rir. E o neguinho que assistir um jogo no RJ e quiser ver o próximo em SP, vai como, de Cometa ônibus leito? Ah, quero só é ver os precinhos dos vôos da ponte, vão escandalizar a gringaiada. Hahahaha, faz-me rir muito. E o policiamento, vai ser feito pelos nossos maravilhosos policiais que em inglês mal se lembram do de-búqui-is-om-de-teibol? Pensar na gringaiada falando pro Sô Guarda que bateram a carteira dele nem faz-me rir, faz-me gargalhar. HAAAAHAAAAHAAAA…

Quero ver europeu que tem paúra mortal dos Hooligans Ingleses encararem a torcida do Pavilhão 9. Porque perto deles Gaviões é tudo gente fina. E no Rio, qual é o equivalente, a torcida do Mengão?

Vai ser tanto escangalhamento, tanta bandalheira, tanto absurdo, que por decadas falarão do fiasco que foi a copa mundial no Brasil. Far-me-ão chorar...

Uma quase twitada #1

Rezando pra São Longuinho pra achar a vontade de trabalhar que eu perdi. Aliás, quem é que inventou São Longuinho? Ele existe? Vou googar!

domingo, agosto 9

Redação: Minhas férias

Essas foram as primeiras férias em alta temporada, e espero que sejam as últimas. Tudo mais caro, avião lotado, crianças pra absolutamente todos os lados, um calor de interior da Bahia em pleno verão...

Antes de viajar eu estava muito preocupada com duas coisas: o hotel e a lotação. Escolhemos o hotel Lindos Mare, que até o mês passado era o número 1 do Tripadvisor. O dono do Lindos Mare abriu um novo hotel, adults only, cinco estrelas, lindodivinoemaravilhoso, como diz a Holandesa, pegado ao Lindos Mare, chama-se Lindos Blu, e é, desde o meio de Julho o número um no Tripadvisor. Claro que babei no hotel, pricipalmente por ser adults only, mas mandei um e-mail e quase caí dura: um upgrade da junior suite para um quarto standard no novo hotel ficaria em 280 euros por dia por quarto. Fiquei desapontada, claro, mas realmente não tô podendo pagar essa grana toda num upgrade. Aliás, o upgrade em si custaria mais que o pacote original. Mas fiquei contentinha, porque só por ter mandado um e-mail interessada no novo hotel, ganhamos um jantar "cortesia" no restaurante do Lindos Blu.

Tirei o dia anterior à viagem pra fazer compras de última hora, e juro que nunca mais. Crocs nova, shampoo Kerastase, máscara de mergulho pro Bart, spaguetti tops, remédios básicos, cada coisa num lado diferente de Eindhoven. Por causa da quase-falêcia da Crocs, agora tem uma loja só em Eindhoven vendendo os benditos.

Na quinta, fomos super cedo pro aeroporto, já tínhamos feito o check-in online mas estávamos com medo das fila do bagagge drop in point. Mas embora o aeroporto mal tivesse lugar pra sentar, despachar as malas foi fácil e sem filas, nos restou ficar quase 3 horas esperando o vôo no minúsculo aeroporto de Eindhoven. Já dentro do avião, taxiados, pronto para levantar vôo, o avião pára, motor desligado. 10 minutos passam, deve ser tráfego, motores ligados, re-taxiamos, e puf, motores desligados. O piloto avisa: estamos com uma falha técnica, os peritos estão a caminho, o problema é que eles estão em Schiphol. Todo mundo xinga. Desembarcamos. Vai demorar mais que o previsto, horário do spits ( rush ). Ganhamos voucherzinho de 15 míseros euros pra jantar. Parte do avião, os homens caipirões, decidem beber até o avião estar pronto. Outra parte, também cairipões, ficam todos alegrinhos com os 15 euros pra comprar comidinha. Outra parte, os desesperados, começam a ligar pra agências de viagem, pra hotéis, pra parentes, pra avisar do atraso ou pra reclamar. E uma boa parte, como nós, respira fundo e vai pro restaurante gastar os 15 euros de misericórdia, dizendo bye bye pros planos de jantarzinho à beira-mar regado a champagne.

O avião ficou pronto às 11 da noite, 7 horas de atraso, quase 10 de van den Broeks no aeroporto de Eindhoven. Tivemos ainda que voar pra Amsterdam pra pegar um novo crew, chegamos em Rhodes 5 da manhã, enlatados no miserável 737 da Transavia. Arkefly dá de mil a zero.

A Hertz está milagrosamente aberta, e pela mísera taxa ( cof cof ) de 30 euros, podemos pegar o carro ainda de madrugada. Tom Tom não tem a ilha mapeada, vamos com mapinha de papel. Ó céus, essas férias estão me saindo pior que férias frustradas.

Chegamos no Hotel, na baía de vlicha, ao ladinho de Lindos, vista espetacular. Na recepção, nossa sorte começa a virar: ganhamos, sem pagar um tostão, um upgrade para o Lindos Blu, para toda a estadia de 15 dias. Eu nem podia acreditar, eu NUNCA ganho upgrades, quanto mais um nesse valor! Fomos todos felizes. Ao chegar na recepção do Lindos Blu, nem podíamos acreditar, é puro puro puro luxo! Fomos super bem recepcionados, levaram nossas bagagens pro quarto, foram explicando as "facilities" do hotel, e a cada andar nosso queixo caía mais.

Nosso quarto não era dos mais caros do hotel, claro. Nos deram um quarto equivalente ao que reservamos no outro hotel, uma junior suite. Quando abrimos a janela, quase caímos duros, que vista!!!! O quarto era todo moderno, cama kingsize, tela plana, banheira com hidro, um desbunde, apesar de meio pequeno. Ficamos um pouquinho na varanda olhando o nascer do sol e fomos dormir.

O hotel salvou nossas férias. Demos uma olhada no Lindos Mare e teríamos sim nos afogado num mar de crianças barulhentas. No Blu, os casais mal ocupavam a metade da área da piscina. O relaxamento era completo, com lounge music, ou jazz, ou até pop music tocando suavemente nos auto-falantes. A piscina infinita normalmente tinha um, quando muito dois casais nadando ou apreciando a vista. Nos 15 dias que ficamos ali, nunca tivemos que acordar cedo pra "reservar cadeiras com toalhas", a pior desgraça da maioria dos resort que ficamos. Aliás, antes da 10 da manhã não tinha viva-alma na piscina. Ah, as vantagens de não se ter creonças...

Os jantares eram um capítulo à parte. O restaurate ficava ao lado da piscina, olhando sobre a baía, do alto da montanha. Espetacular. A comida era muito, muito, muito boa. A la carte todas as noites. Começava com sopa, e apesar do calor, eram ótimas. Aí tinha um buffet de "starters" frios e quentes: saladas, pães, queijinhos, umas carnes simples, até lagosta teve. E três escolhas para prato principal, normalmente uma carne vermelha, um peixe, e um prato vegetariano. E pensar que eu tinha ficado felizinha de ter ganhado um jantar nesse restaurate: jantamos lá todas as noites!

E gostamos muito de Rhodes. O mar é tranquilíssimo, limpo, azulzinho, uma delícia. Como tínhamos o carro à nossa disposição pelos 15 dias, ficávamos na piscina até as 3 da tarde, quando o sol estava a pino, íamos pro quarto tomar banho e refrescar um pouco e às 4 ou 5 saíamos pra conhecer as cidadezinhas ao redor. Gostamos muito de Pefkos, a uns 8 km de Lindos. E fomos várias noites pra Lindos. Aliás, Rhodes-capital e Lindos são ultra charmosas, ambas cidades medievais, com ruelinhas estreitas, labirintos e mais labirintos de lojinhas, cafés, restaurates. Gostamos mesmo.

Com o carro, cruzamos a ilha diversas vezes para as partes mais verdinhas. Fomos à um floresta de borboletas, fomos à cidadezinhas na montanha, visitamos vinícolas, compramos mel direto do produtor.

Entretanto... o calor atrapalhou sim. No weather channel as temperaturas máximas registradas em Agosto são de 31 / 32 graus, mas chegamos a pegar 43. Não sei se nos sites mentem, se a temperatura é medida à sombra, ou se nesse ano o verão foi muito escaldante, mas estava calor pacas. Como gostamos da ilha pretendemos voltar um dia, mas com certeza não será em julho/agosto, lá pra maio ou outubro deve ser tudo lindo demais.

No fim, o hotel salvou mil vezes nossas férias, teria tudo sido um desastre se tivéssimos ficado no hotel Lindos Mare lotadésimo, com crianças pra todos os lados. Mas chegamos a algumas conclusões baseados na estadia do Lindos blu. Primeiro é que temos que baixar nossos standards pras próximas férias. Em dezembro passado demos uma sorte de achar o Iberostar Bahia com bons preços, e antes disso o Royal Playa del Carmen. E agora foi uma sorte temos ficado no Lindos Blu, porque bancar mesmo, não podemos, uma diária simples está na casa dos 500 euros. Nossos próximos hotéis não serão tão luxuosos, e se a gente não se adaptar, ficaremos sempre decepcionados. E em segundo, é que não adianta, somos classe média, e pra gente, um all inclusive ainda é a melhor opção. Uma Coca de 250ml no Lindos Blu custava 3,2 euros, uma garrafa de 1 lt de água 3,80 euros, não dá pra bancar água e refrigerantes pra dois adultos num hotel desses, pelo menos não dá pra gente. Compramos garrafas dágua e latinhas nos mercadinhos da região, mas nunca estavam estupidamente gelados como eu gosto na hora do mergulho na piscina, mesmo com a minha beach bag com insulação térmica. Nos jantares as bebidas não eram incluídas, e nós normalmente pedíamos 2 cocas ou 2 iced teas, e a conta dos refris do jantar, sozinha, deu mais de 100 euros. Vimos várias pessoas comprado água e refris fora como a gente, e na hora do almoço a taberna mais próxima parecia uma sucursal do hotel. Mas também pudera, no hotel um Cheeseburger com fritas custava 19,30 euros, na taberna 5,20 euros, e era gostoso! Comemos muitos sanduíches "gyros", o original espeto grego, e eram baratos e deliciosos. Mas descer até a taberna no sol das 13 horas, quando está ao redor de 40 graus não era legal, legal mesmo tería sido comer no hotel à beira da piscina.

E agora é voltar pro batente e começar a planejar as férias de Dezembro, se é que vou tê-las.

domingo, agosto 2

Derretendo com todo o prazer

Estou teclando, sem acentos, da Grecia!

Amando muito tudo isso! E nem tem Mc Donalds aqui. Tem eh muito gyros... ah, gyros...

Quando voltar conto a saga do inicio das ferias, tem historia pra contar.

Esta um calor dos infernos aqui, chegou a fazer 43 graus! E nos nem percebemos, acreditam? A ilha eh linda, Lindos, onde estamos eh de chorar de lindo, Rhodes eh linda, o mar eh azulzinho e limpissimo, estamos nos refestelando.

Bom, soh queria dar um oi e dizer que quinta feira to de volta e conto as novidades.

Fui ( derreter mais um pouco )